A Academia Brasileira de Letras (ABL) decretou luto oficial de três dias por causa da morte do escritor gaúcho Moacyr Scliar. Segundo a entidade, a bandeira acadêmica será hasteada a meio mastro. "Moacyr foi um trabalhador literário incansável, um ser humano agradabilíssimo que nos vai fazer muita falta", afirmou o presidente da ABL, Marcos Vinicius Vilaça.
Scliar ocupava desde 2003 a cadeira de número 31 da ABL, fundada pelo escritor João Ribeiro, que teve como ocupantes os escritores Paulo Setúbal, Cassiano Ricardo, José Cândido de Carvalho e Geraldo França de Lima, a quem Scliar sucedeu.
Vilaça informou que, na próxima semana, a ABL realizará a chamada "sessão de saudade", quando os acadêmicos vão se manifestar sobre a vida e a obra do escritor falecido. Ao final da sessão será declarada aberta a vaga de Scliar na ABL, inaugurando o processo sucessório. O prazo de recebimento de inscrições é de sessenta dias. Trinta dias depois desse período, a ABL marcará a data para a eleição do novo acadêmico.
ENTERRO E VELÓRIO - O corpo do escritor gaúcho Moacyr Scliar será velado neste domingo (27), a partir das 14h, na Assembleia Legislativa do Rio Grande de Sul, em Porto Alegre. O sepultamento acontecerá na segunda-feira (28), às 11h, no Cemitério Israelita de Porto Alegre.
Scliar morreu por volta da 1h deste domingo, no Hospital das Clínicas de Porto Alegre, onde estava internado, após sofrer um AVC.
CARREIRA - Nascido em Porto Alegre e formado em medicina, o escritor e colunista da Folha publicou mais de 70 livros entre diversos gêneros literários: romance, crônica, conto, literatura infantil e ensaio.
Scliar ganhou diversos prêmios Jabuti. Em 2009, o romance "Manual da Paixão Solitária" foi eleito livro do ano. Ele também emplacou dois na categoria romance, "Sonhos Tropicais" (1993) e "A Mulher que Escreveu a Bíblia" (2000), e um na categoria contos, "O Olho Enigmático" (1988). Em 1980, ele venceu o prêmio de literatura da APCA por "O Centauro no Jardim".
Seus livros frequentemente abordam a imigração judaica no Brasil, mas também tratam de temas como o socialismo, a medicina e a vida da classe média. A obra de Scliar já foi traduzida para doze idiomas.
Dois deles, "Um Sonho no Caroço do Abacate" e "Sonhos Tropicais", ganharam adaptação para o cinema.
Fonte: Agências
Vi no JCOnline.
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